sexta-feira, 29 de outubro de 2010

As fábricas de painéis de derivados de madeira vão parar hoje na União Europeia, em protesto contra a utilização de madeira virgem como biomassa que está a cortar matéria-prima à indústria.

A Sonae Indústria, um dos líderes mundiais do sector, adere também ao protesto. Para Alberto Tavares, administrador da Sonae Indústria, a situação já é "bastante séria", obrigando o grupo português a importar um terço da madeira por causa da concorrência das actividades da biomassa e da indústria de paletes.




Não é só o risco de redução de produção que está na mesa, mas também a perspectiva de o acréscimo de custos ter de se reflectir, no final, na indústria de mobiliário, que usa os painéis de derivados de madeira na sua produção e é fortemente exportadora.



Segundo este responsável, os custos de transporte e logística podem elevar o preço da madeira virgem para o dobro, por ser pesada e de grande volume. O grupo português localiza as maiores dificuldades na Península Ibérica e na Alemanha e garante que o problema está também "a criar tensões entre países".



Na base do protesto de um sector com 2,4 milhões de postos de trabalho e 270 mil milhões de euros de volume de negócios, estão as metas de energias renováveis da União Europeia e a transposição para objectivos nacionais. Para incentivar o uso da biomassa, os governos europeus oferecem fortes subsídios, embora desiguais. Portugal paga 110 euros por cada kWh de electricidade produzido a partir da biomassa, enquanto em Itália chega a 160 euros.



Com tarifas atractivas como esta, o sector tornou-se um comprador mais agressivo, ao qual não bastam os resíduos. Há indicações de que a Itália é, neste momento, importadora de madeira nacional. "Portugal, que já é deficitário em madeira, está a exportar", comenta Alberto Tavares sobre os efeitos desta política, que foram semelhantes com os biocombustíveis.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) organizou, em parceria com o Negócios, a "Conferência APREN: Electricidade Renovável 2010/2020".

O impacto do desenvolvimento do sector da electricidade nos diferentes sectores da economia portuguesa e as perspectivas de futuro desta área serão os temas fortes em debate na Conferência.




José António Vieira da Silva, ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento será o orador da sessão de abertura, a que se seguirá um debate sobre o "Impacto Macro-económico das Energias Renováveis", com as participações de Aníbal Fernandes, da ENEOP, Gustavo Fernandes, da Martifer Solar, José Teixeira, do Grupo DST, Fernando Vaz, da Efacec e José Ricardo Rodrigues, da Portucel-Soporcel, que apresentarão os casos das suas empresas.



O "Impacto das Energias Renováveis na Investigação" será debatido por João Abel Peças Lopes, do INESC Porto e por Paulo Ferrão, do MIT Portugal, enquanto o "Impacto na Economia Local e no Ambiente" serão apresentados por Artur Trindade, da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Joaquim Borges Gouveia, da RENAE, e Nuno Lacasta, da Comissão para as Alterações Climáticas. Finalmente, o "Impacto no Mercado Financeiro e Serviços" será avaliado por Sérgio Monteiro, da Caixa BI Banco de Investimento, Miguel Moreno, da Tranquilidade e Diogo Horta Osório, da Cuatrecasas Gonçalves Pereira.



Da parte da tarde, duas mesas-redondas debaterão as perspectivas a dez anos. José Perdigoto, da DGEG, Eduardo de Oliveira Fernandes, da Agência de Energia do Porto, António Sá da Costa, da APREN e Carlos Pimenta, da CEEETA, são os participantes no debate sobre a "Aposta para 2020", enquanto Victor Batista, da REN, Francisco Ferreira, da Quercus, Jorge Vasconcelos, da New Energy Solutions e João Manso Neto, da EDP, discutirão os "Desafios em 2020".

domingo, 24 de outubro de 2010

Chavez não leu os jornais ontem!

O presidente venezuelano elogiou, este domingo, o «grande contributo de Portugal» na área das energias renováveis e considerou «impressionante» o facto de o país produzir mais de 60 por cento da electricidade nacional a partir de fontes renováveis.

«Este tipo de energia é o futuro. Algum dia há-de acabar o petróleo neste planeta, esperemos que em 3500, mas algum dia vai acabar. Temos de começar a preparar-nos para a era pós-petrolífera», disse Chávez, citado pela edição online do Jornal de Notícias, durante uma visita à fábrica de torres eólicas da Enercom, em Viana do Castelo. Para o presidente venezuelano, o esforço que Portugal tem desenvolvido nesta área «é um avanço para o bem não só do país mas de todo o mundo».

NOTICIA DE ONTEM

Associações dizem que estão três mil empregos em risco nas energias renováveis


2010-10-22

Três associações representantes da área das energias renováveis denunciaram "a grave situação" do sector solar fotovoltaico, alertando que está em risco a manutenção de cerca de três mil postos de trabalho.



Em comunicado conjunto, a Associação Portuguesa da Indústria Solar (APISOLAR), a Associação Portuguesa de Empresas do Sector Fotovolaico (APESF) e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) criticam os "atrasos sucessivos" da publicação da lei que regula a actividade de microgeração por via renovável, "em particular baseada em energia solar".



Em declarações à Lusa, o presidente da APREN, António Sá da Costa, afirmou que "há postos de trabalho que se podem extinguir porque o mercado para". E frisou: "Não há mercado, não há solicitação, portanto é um entrave."



O responsável disse também que o comunicado pretende enviar "um alerta ao Governo" para mostrar que "o sector está atento" ao não cumprimento das medidas anunciadas pelo próprio Executivo.



"Foi o Governo que disse 'suspendo agora mas em Julho está nova legislação cá fora'. Suspenderam em Fevereiro e em Julho não estava, não estava em Agosto, não estava em Setembro e, pelo andar da carruagem, vamos lá ver se está em Outubro", lamentou.



Sete meses depois da suspensão do regime regulador da microgeração, "os atrasos processuais/burocráticos (...) são inaceitáveis e têm consequências graves para um tecido empresarial que engloba mais de mil empresas", alertam as associações, apelando à "rápida publicação do decreto-lei e sua imediata agilização".



Recordam que "o regime denominado 'Renováveis na Hora' foi suspenso em Fevereiro de 2010, na sequência de dificuldades de gestão associadas ao processo de autorização e licenciamento das instalações".



Nessa altura, prosseguem, foi anunciado que "a suspensão seria provisória e que a reabertura seria sujeita a novo enquadramento legal, que, entre outros, alteraria o processo de licenciamento consagrado no decreto-lei 363/2007 no sentido da sua agilização".



De acordo com a APISOLAR, a APESF e a APREN, em julho de 2010 foi alcançado um "consenso entre a proposta do Governo e a das associações" e o "novo decreto-lei foi aprovado em Conselho de Ministros a 08 de julho de 2010, o que antecipava sucesso no cumprimento do compromisso informal de ter o novo regime de microgeração ativo a partir de Setembro de 2010".

No entanto, "a publicação do decreto-lei ainda não se concretizou" e a sua promulgação pelo Presidente da República "ocorreu apenas em 01 de Outubro de 2010 (...), tendo já sido ultrapassado o prazo legal máximo de dez dias úteis para publicação após promulgação".

Apesar de este sector ser "ampla e publicamente assumido como estratégico pelo Governo português", as associações consideram que "é irrefutável que o ambiente legislativo em Portugal tem sido instável e limitador do florescimento, consolidação e competitividade" do sector.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

BIOMASSA

A biomassa é uma fonte de energia, derivada dos produtos e sub-produtos da floresta, resíduos da indústria da madeira, residuos de culturas agrícolas, efluentes domésticos e de instalações de agro-pecuária, de indústria agro-alimentares e de resíduos sólidos urbanos.

A biomassa consiste em matéria orgânica que tem energia armazenada sob forma de energia química. As plantas obtiveram essa energia por fotossíntese da energia solar.

Utilizar a biomassa como combustível é um recurso renovável já que se produz à mesma velocidade do consumo, desde que o consumo seja controlado e se evite a sobreexploração dos recursos naturais.



Sistemas de Aquecimento de Biomassa: Pelletes

As Pelletes são feitas de pó de madeira (serrim) e pedaços de madeira 100% naturais, é um combustível normalizado, contendo valores restritos de humidade, resíduos, resina e água, resultam de resíduos de madeiras, provenientes de fabricantes de móveis e de limpeza de florestas (biomassa). O material base é comprimido a alta pressão sem a adição de qualquer agente químico/sintético para compactação de granulados de madeira.

Os pelletes são uma aplicação evoluída da biomassa, são limpos, de fácil manejo, ocupam pouco espaço e permitem a capacidade de auto alimentar as estufas que os utilizam, funcionando assim de forma autônoma durante horas.

As vantagens deste tipo de energia são: preço reduzido, não emite dióxido de enxofre da sua combustão e as cinzas produzidas são pouco agressivas para o meio ambiente.



Poder calorífico:

1 Kg Pellets aproximadamente 5 kWh



2 Kg Pellets = 1 L de petróleo



2,5 kg de pellets <=> 1Kg de gás




sábado, 9 de outubro de 2010

Centrais fotovoltaicas já produziram mais que em todo o ano passado

A produção de energia solar fotovoltaica em Portugal está em alta e já ultrapassou, na primeira semana deste mês, o volume produzido em todo o ano passado, de acordo com dados da REN - Redes Energéticas Nacionais. No feriado de 5 de Outubro, a produção fotovoltaica acumulada desde o início do ano atingiu 139,3 gigawatt-hora (GWh), superando os 139 GWh que a REN registava no final de Dezembro de 2009.




Em comparação com o mesmo período do ano passado, as centrais fotovoltaicas portuguesas levam um crescimento de 23%. O que é justificado pelo aumento da potência instalada, de 64 megawatts (MW) em Setembro de 2009 para 81 MW agora. Mas a energia fotovoltaica tem ainda um peso residual no sistema eléctrico nacional: este ano responde por 0,35% do consumo nacional. Em 2009, a energia fotovoltaica abasteceu 0,28% do consumo eléctrico em Portugal.

domingo, 3 de outubro de 2010

Madeirenses aderem aos painéis solares

São cada vez mais os madeirenses que procuram reduzir a sua factura com os gastos de energia (gás e electricidade), instalando nas suas casas sistemas solares térmicos


A Nos últimos anos, com subida dos preços da energia eléctrica e do gás, a instalação de sistemas solares térmicos para a produção de águas quentes sanitárias (AQS) nas habitações tem-se apresentado como uma alternativa muito atractiva para fazer descer a factura dos custos energéticos, até porque a Região apresenta boas condições para o aproveitamento da energia solar na maior parte do ano.

Deste modo, milhares de madeirenses já aderiram nos últimos anos à instalação nas suas habitações de colectores solares para a produção de AQS, na maior parte das vezes com resultados positivos, uma vez que o investimento efectuado na instalação de um colector solar acaba por ser recuperado ao fim de 3 ou 4 anos.



Investimento num colector facilmente recuperável



Segundo um técnico de uma empresa da Região especializada na instalação de sistemas solares térmicos, a montagem de 2 painés solares para aquecer 300 litros de água, o tipo de instalação mais procurado para famílias com 4-6 elementos, custa cerca de 3.000 euros.

Esse investimento, referiu, é facilmente recuperável em cerca de 3 anos, uma vez que haverá uma redução considerável na factura energética das famílias. Isto tendo em conta que uma família de quatro pessoas gasta em média entre 50 e 60 euros por mês no consumo de gás para aquecimento de águas sanitárias.

De referir que foi adoptada a regra expedita de 1 m2 de colector por ocupante convencional como uma forma simples e prática de garantir um aproveitamento adequado deste recurso, tal como está previsto no RCCTE (Regulamento de Caracterisitcas de Comportamento Térmico em Edifícios). Os projectistas devem escolher o tipo de colector, mais ou menos eficiente, que melhor se adapta às necessidades de AQS do edifício.



Novas habitação têm de ter sistemas solares térmicos



Para as novas habitações licenciadas a partir de Julho de 2006 é obrigatório o recurso a sistemas solares térmicos para AQS, conforme acentuou ao JM o presidente da Agência Regional de Energia da Madeira (AREAM), Melim Mendes, salientando que os únicos apoios que existem actualmente para a instalação destes equipamentos em residências particulares são as deduções previstas em sede de IRS.

Questionado sobre se basta apenas colocar a pré-instalação para sistemas solares térmicos nas novas habitações, o presidente da AREAM esclarece que “é obrigatória a instalação de colectores solares térmicos”.

“Estes têm de ser efectivamente previstos em projecto (para licenciamento) e montados no edifício e a funcionar aquando da emissão da licença de utilização”, esclarecendo que a instalação “será objecto de verificação por um perito qualificado no âmbito do processo de emissão de certificado energético para o edifício aquando do pedido de licença de utilização do mesmo”.

Neste âmbito, esclareceu que a licença habitacional é passada pelas autarquias, mas em termos de “parte administrativa, se houver qualquer procedimento de não conformidade, que implique coimas, a responsabilidade pertence à Direcção Regional de Comércio, Indústria e Energia”, sendo “a gestão técnica do sistema efectuada pela AREAM, que tem um conjunto de peritos qualificados para atribuir a certificação energética dos edifícios”.

De acordo com o RCCTE, como alternativa à utilização de colectores solares térmicos, podem ser utilizadas quaisquer outras formas renováveis que captem a mesma energia numa base anual, tal como é o caso da geotermia, painéis fotovoltaicos e energia eólica, usada para AQS ou outros fins, se tal for mais eficiente ou conveniente.

Esta definição exclui, portanto, substituição por quaisquer tecnologias eficientes mas não baseadas em renováveis (ex.: recuperadores de calor, bombas de calor, bombas de calor solares “termodinâmicas”, bombas de calor geotérmicas, micro-cogeração, etc.

Quanto aos apoios disponíveis para a instalação de equipamentos de sistemas solares térmicos, o presidente da AREAM esclarece que neste momento só estão previstos apoios paras Pequenas e Médias Empresas, através do Programa Intervir +, uma vez que os apoios ao sector residencial acabaram em 2009.



Dedução à colecta com limite de 803 euros



De acordo com a Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril, que aprova o Orçamento de Estado para 2010, foi aditado o artigo 85.º-A ao Código do IRS com a seguinte redacção:



«1 — São dedutíveis à colecta, desde que não susceptíveis de serem considerados custos para efeitos da categoria B, 30% das importâncias despendidas com a aquisição dos seguintes bens, desde que afectos a utilização pessoal, com o limite de € 803:

a) Equipamentos novos para utilização de energias renováveis e de equipamentos para a produção de energia eléctrica ou térmica (co-geração), por microturbinas, com potência até 100 kW, que consumam gás natural, incluindo equipamentos complementares indispensáveis ao seu funcionamento;

b) Equipamentos e obras de melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios, dos quais resulte directamente o seu maior isolamento;

c) Veículos sujeitos a matrícula, exclusivamente eléctricos ou movidos a energias renováveis não combustíveis.



2 — As deduções referidas em cada uma das alíneas do número anterior apenas podem ser utilizadas uma vez em cada período de quatro anos.»



O que é um colector solar térmico?



No mercado existem diversos tipos de colectores solares, sendo o mais comum o colector solar plano. Este é formado por várias superfícies: uma cobertura transparente (promove o efeito de estufa), uma placa absorsora (superfície metálica de cor escura que absorve a radiação solar e transfere esta energia, sob a forma de calor, para um fluído térmico que circula por uma série de tubos) e uma caixa com isolamento térmico (evita as perdas de calor).

Ao colector devem estar associados diversos outros equipamentos (depósito acumulação, apoio, bombas circuladoras, etc.) que, juntos, compõem um sistema térmico para aproveitamento de energia solar.

Saiba mais no site www.aguaquentesolar.com.

Não são considerados colectores solares térmicos quaisquer dispositivos cujo funcionamento se baseie em ciclos de compressão, do tipo bomba de calor.



A Importância da certificação



Um colector certificado cumpre os requisitos da Norma EN 12975-1:2000, e o seu desempenho foi ensaiado de acordo com a Norma EN 12975-2 em laboratório acreditado.

Este sistema de certificação compreende também a realização de ensaios de concessão e a auditoria / inspecção dos processos de produção dos colectores.

A nível nacional existe apenas um laboratório acreditado para a realização de ensaios de colectores solares térmicos: o laboratório de ensaio de colectores solares (LECS) do INETI.

A certificação dos colectores solares térmicos é evidenciada pela posição da marca e respectivo número de licença no produto. Apenas são reconhecidas em termos de certificação a marca Certif (www.certif.pt), (reconhecida pelo organismo nacional de certificação CERTIF- Associação para a Certificação de Produtos, uma entidade acreditada no âmbito do SPQ - Sistema Português da Qualidade para a certificação de produtos) ou a equivalente Europeia, a marca Solar Keymark (www.estif.org/solarkeymark/). O certificado e respectivo anexo devem conter os resultados dos ensaios de concessão do produto,nomeadamente os parâmetros característicos do comportamento térmico do colector e/ou sistema.



Um colector solar térmico é um equipamento utilizado para captar energia solar, absorvendo a radiação através de uma superfície para um fluído térmico (geralmente água), cedendo depois essa energia, na forma de calor, para aquecimento de água sanitária ou para aquecimento ambiente.